Em meio a tantas transformações
decorrentes de reflexões e posicionamentos assumidos nos últimos tempos, poucos
são os temas ausentes desse remanejamento de ideias e atitudes. Entre eles, a
música é uma das questões mais serias a serem consideradas, principalmente pelo
fato da musicalidade fazer parte da nossa vida.
Durante longos anos de convencia no
meio institucional evangélico a música sempre tratada como: “sacra” (“da
igreja”) e “profana” (“do mundo”), sendo assim, criou a falsa ideia que as
canções ligadas ao primeiro grupo, independentemente da letra, sempre expressam
louvor a Deus; e as ditas “do mundo”, mesmo que transmitam mensagens saudáveis,
acabam taxadas de “diabólicas”, e impróprias para os crentes. Isto é tão serio
que para a maioria dos crentes ouvir qualquer música fora do gueto religioso é
considerado pecado.
Mas afinal, é correto pensarmos
desta maneira? Será a questão musical deve ser dividida conforme descrito no
parágrafo anterior? A Bíblia apresenta alguma base para esse tipo de dualismo?
Convenhamos, não necessitamos de grande empenho para constarmos que a
musicalidade bíblica é profundamente sensível à realidade das pessoas,
expressando as questões do cotidiano cultural em foco nas composições. O que
vemos é uma grande variação de temas e estilos, incorporando vários elementos
da vida. O fato é que não percebemos nenhuma divisão entre essa ou aquela
musica. Cada grupo ou pessoa cantava aquilo que considerava apropriado, sem se
preocupar com a origem do cântico.
A música é uma expressão
artística, como tantas outras. Há grande diversidade de estilos e ritmos
musicais, e cada pessoa e cultura tende a eleger os seus prediletos. O fato de
gostarmos deste ou daquele, não torna o outro de menor ou maior valor. Trata-se
apenas de uma questão de gosto de cada um. Consideremos então a possibilidade de
dividirmos a questão musical em duas partes: música boa e música ruim.
Em particular, considero boa
música, aquela cuja letra expressa valores saudáveis que não firam os princípios
centrais do evangelho. Não gosto de todos os ritmos, apenas os seleciono de
acordo com o momento. Reconheço aquilo que considero boa música, pode não ser
boa para outros. Aprecio a musicalidade como expressão cultural, poesia e
manifestação de sentimentos diversos. Boa música é aquela que faz bem aos meus
ouvidos, não fere a minha consciência e não propaga conceitos equivocados sobre
Deus e a vida.
Tenho grande dificuldade em ouvir
canções que embora citem o nome de Deus, transmitem mensagens contrarias as
verdades expressas nas Escrituras. Definitivamente não gosto da música chamada
“cristã”. Primeiro, porque não encontro em Cristo nenhuma definição do que
poderia ser sua música predileta; segundo, por considera na sua maioria
desconexa com a realidade das pessoas e culturas a sua volta. Em larga escala,
trata-se uma música difusora de linguagens e conceitos restritos ao gueto
institucional evangélico, centrada em si mesma, e de pouco relevância para o
mundo.
Do mesmo modo também há muito
lixo musical fora do meio evangélico. Canções que propagam conceitos
equivocados sobre a vida e as pessoas. Por isso, sugiro a seguinte
reflexão para uma simples avaliação e
escolha do que ouvir:
- Considere atentamente a letra. Veja se a mesma não fere princípios éticos e morais fundados nos valores centrais do evangelho de Jesus.
- Não defina uma musica como boa ou ruim pela a simples citação ou ausência de termos relacionados a Deus e a Bíblia.
- Ponha o foco na letra, na poesia; e não no interprete (cantor).
- Não se prenda a este ou aquele ritmo.
Grande abraço,
Viva a música!
Riva
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