"A vida cristã não é resultado da escolha do cristão, e sim sua resposta ao fato de que Deus o escolheu" (James M. Houston)

terça-feira, 7 de maio de 2013

PROCLAMAÇÃO



“Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto...” (Mt 13.8)

A parábola do semeador é um dos textos mais reveladores a respeito da realidade humana ante a proclamação do evangelho. Nela, os vários tipos de “solos”, e a maneira como cada um responde à semeadura, demonstra a reação das pessoas diante da pregação da Palavra de Deus. Fica evidente que a maioria é resiste ou apenas se empolga inicialmente, sem com tudo demonstrar verdadeira sujeição à mensagem (semente) recebida.
Para nossa reflexão, destaco algumas lições que me parece pertinentes à luz do texto desta parábola:
1.       Destaca-se que a mensagem (“semente”) é única. Os diferentes tipos de pessoas (“solos”) não alteram o teor da mensagem. Isso demonstra que o evangelho de Jesus Cristo não varia de acordo com o público alvo. A mesma “semente” deve ser lançada a qualquer pessoa, independentemente de suas especificidades ou contexto de vida. As formas de proclamação podem variar, mas a mensagem é única.
Aqueles que anunciam o evangelho devem estar comprometidos em não aceitar nenhuma proposta de adulteração do mesmo. Na atualidade há muitos “falsos mestres” proclamando outros “evangelhos” (falsas sementes) com roupagem parecida com o autentico. Faz-se necessário estarmos atentos e nos dedicarmos à verdade.
2.       Os “solos” descrevem a maneira como os homens reagem quando a “semente” lhes é lançada. Pelo contexto da parábola percebe-se que a maioria responde de maneira contraria.
É fundamental termos em mente que todo homem é essencialmente pecador, e como tal vive “morto em seus delitos e pecados” (ver Efésios 2.1-8), sendo naturalmente contrario à vontade de Deus. O homem natural não aceita as coisas de Deus, a menos que o próprio Deus o regenere por sua graça e misericórdia. Sem a ação divina todos nós estaríamos fadados a resistirmos a proclamação do evangelho, permanecendo infrutíferos.
3.       O evangelho (“semente”) deve ser anunciado a todos os homens, para que todos possam ouvi-lo. Todavia, nem todos os homens (“solos”) são para o evangelho. Quando compreendemos a doutrina bíblica da eleição dos santos (ver Efésios 1.4; Romanos 8.28, 29). Isto significa que a pregação do evangelho só tem efeito transformador na vida daqueles que Deus por sua soberana vontade escolheu para a salvação. Estes são descritos na parábola como “boa terra” (v. 8).
A semente é a mesma para todos, mas apenas os eleitos são iluminados pelo Espírito Santo, aceitam a mensagem (ver Atos 2.41), se arrependem de seus pecados e passam a viver como novas criaturas.
Nós (“solos”) não temos domínio sobre o evangelho, nem podemos produzir frutos por nós mesmos. A “semente” cai em todos os solos, mas só encontra ambiente propicio para frutificar, na “boa terra”. Apenas o Senhor conhece quem são aqueles que crerão em sua Palavra.
4.       Ao contrario do que erroneamente afirmam certas pessoas, crer nas doutrinas da graça não nos torna inoperantes (relapsos) quanto ao chamado para a evangelização. Os eleitos de Deus atendem ao chamado e anunciam as “boas novas”, tendo em mente o seguinte:
4.1. O evangelho deve ser proclamado a todos os homens, como a “semente” é lançada em todos os solos.
4.2. Devemos conhecer a Palavra (“semente”) que proclamamos, mas jamais conheceremos interiormente as pessoas a quem proclamamos.
4.3. Nossa responsabilidade é anunciar, e o Espírito produzirá os frutos de acordo com a vontade soberano do Senhor. Não nos compete conjecturar acerca dos resultados, muitos menos tentar forjá-los.
4.4. Sempre haverá dois grupos: os que rejeitam e os que aceitam.
5.       Os escolhidos por Deus para receber a Palavra e frutificar, o farão de maneira natural. Produzir bons frutos e glorificar ao Senhor é a razão precípua da eleição. A “boa terra” é preparada para receber a “semente” e proclamá-la a todos os homens. Ela jamais deixará de ser “boa” e produtiva.
Encarar a missão de proclamar as “boas novas” com seriedade e comprometimento implica em estarmos diretamente envolvidos com seu teor cristocentrico. Tal tarefa decorre da escolha divina, e se manifesta por meio da ação do Espírito em nossas vidas. Somos instrumentos em suas mãos para que todos ouçam a pregação do evangelho, e sejam indesculpáveis no dia do juízo.
No mais, sigamos na graça do bom Deus.


Riva Santos


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