"A vida cristã não é resultado da escolha do cristão, e sim sua resposta ao fato de que Deus o escolheu" (James M. Houston)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Reflexão: Atos 20.27, 28



Paulo não era o tipo de apóstolo que negociava a mensagem ou a ajustava de acordo como os interesses daqueles aquém pregava. Seu comprometimento com o evangelho não lhe permitia abrir mão de toda mensagem, ainda que a mesma contrariasse os anseios de muitos.
Ele não apenas era fiel na proclamação do evangelho, como também aconselhava seus irmãos (cooperadores) a fazerem o mesmo. Isto fica evidente em vários trechos dos seus escritos (ver 1 Tm 4.11-16, Tt 2). Aos obreiros de Éfeso, ele faz questão de destacar:
1.                  Seu compromisso com a pregação (v. 27). É evidente que não se tratava de simples discursos sobre temas relevantes, boa oratória ou sabedoria humana. Paulo estava sujeito ao Senhorio daquele que o chamou para anunciar o evangelho e lhe revelou Sua vontade (ver Gl 1.11-24).
1.1. Seus companheiros de caminhada sabiam que sua pregação era integral (v. 27) . O evangelho deve ser compartilhado de maneira responsável e completa. Cabe àqueles que anunciam serem moldados a ele, e não tentarem moldá-lo aos seus próprios caprichos.
1.2.  A Igreja em sua caminhada diária deve anunciar “toda vontade de Deus”. É isto que faz diferença na vida das pessoas e desperta os eleitos do Senhor para se arrependerem dos seus pecados (ver Rm 1.16). O centro do evangelho é Deus e sua soberana vontade. É isso que nos convém proclamar. A Palavra do Senhor expressa toda a sua vontade soberana e imutável.
1.3. Se o que anunciamos não tiver a soberania divina como base, podemos afirmar que não se trata do evangelho de Jesus Cristo (ver Gl 1.6.10).

2.      Preocupação com seus companheiros de caminhada (v.28). A verdadeira igreja é aquela na qual os irmãos demonstram interesse uns pelos outros. Nela, a comunhão não se fundamenta em programas, retiros ou frases de efeito; mas na caminhada juntos.
2.1. “Cuidem de vocês mesmos...” (v. 28). Eis o ponto de partida para sermos instrumentos divinos na vida dos nossos irmãos. Devemos cuidar de nós mesmos. Isso não se trata de egoísmo, mas de amor próprio, pois só é possível cumpri cabalmente o segundo grande mandamento se: “ama a teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.31).
O cuidado pessoal implica em cuidado com a saúde física, famíliar, profissional, etc. No sentido de sermos bênçãos na vida de outros, diz respeito em nos sujeitarmos a vontade de Deus (ver 1 Tm 4.16).
2.2. “... e de todo rebanho sobre o qual o espírito os colocou como bispos...” (v.28). Aqueles que “cuidam de si mesmos” devem cuidar dos outros. Quando somos irmãos maduros (presbíteros/aciãos), o Senhor nos coloca como exemplo para outros irmãos, a fim de cooperamos com eles para edificação. Não há imposição, nem hierarquias humanas nesta questão, pois o que ocorre é fruto da graça divina na vida daqueles que ele atraiu para si.
2.3. “... para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com seu próprio sangue” (v.28). Os méritos são todos do Senhor! A Igreja é Sua. Nós somos dele. Se cuidamos (“pastoreamos”) de alguém é porque ele nos colocou e capacitou como cuidadores (pastores). Isto não nos torna superiores a ninguém, pois se trata de um chamado para servir ao Senhor e a sua Igreja (corpo/irmãos). Também não é um “preço a ser pago”, pois tudo ele pagou com o “derramando seu próprio sangue”.

Voltemos ao evangelho e sua simplicidade. Tomando o exemplo de Jesus e os apóstolos como referencias para a nossa caminha diária. Imitando-os, conheceremos melhor “toda vontade de Deus” e a proclamaremos com responsabilidade, cuidando de nós mesmos e dos irmãos que partilham conosco.

Paz!

Riva