terça-feira, 20 de julho de 2010
O CAMINHO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO (1 Coríntios 13) II Parte - por Riva
Conforme abordado na primeira parte desta reflexão, o caminho do evangelho de Jesus Cristo, não consiste apenas em questões voltadas ao carisma, saber ou prática de boas obras. Seguir o roteiro traçado pelo Mestre implica na compreensão do “caminho sobremodo excelente”. O amor é a marca distintiva entre o verdadeiro e o falso evangelho, e o amor a ser vivenciado no caminhar cristão, não se trata de uma mera paixão ou entrega impulsiva, mas sim, do modelo de vida e serviço praticados por Jesus.
Ainda que Jesus tenha se manifestado com poder, e ensinado com sabedoria enquanto caminhava fazendo o bem; ele não fazia nenhuma destas coisas com o fim de se autopromover ou demonstrar o quanto era “espiritual”. Tais atitudes decorriam de seu coração estar cheio de amor. Ele amava o Pai, e consequentemente amava aqueles a quem o Pai o enviara. Durante sua peregrinação terrena, Jesus trilhou o “caminho sobremodo excelente”, e a partir dele, este caminho tornou-se rota obrigatória a todos quantos desejarem ser do Evangelho.
Na ótica paulina, estava claro que tipo de amor era esse. Ágape é o amor comprometido que nos convida ao compromisso na caminhada. Isso nos leva muito além do carisma, do saber e das boas obras, nos colocando na seguinte trilha:
Trilhar o caminho do Evangelho de Jesus Cristo implica em estarmos dispostos a não vivermos mais para nós mesmos (v. 4-6). Esse foi um dos principais ensinos do Senhor para os seus discípulos (ver Mt 16.24-26). Naturalmente falando é próprio do ser humano viver em função de seus próprios desejos. Por isso no “caminho sobre modo excelente” precisamos de coisas como: paciência, benignidade, não arder em ciúmes, não nos ensoberbecermos, deixar de viver em função dos nossos próprios interesses, nos conduzindo como convém e não nos ressentindo do mal.
Quando pela graça divina, andamos no caminho que o evangelho nos propõe, inevitavelmente teremos de encarar tais realidades. Isso demonstra como é diferente esse caminho, daquele apresentado por muitos propagadores de facilidades e “bênçãos”. No Evangelho de Jesus Cristo não há lugar para entronização do eu, nem promessas de satisfação de todos os desejos humanos. Deus não é um tipo gênio da lâmpada. Ele não nos chama para um viver em clima de magia, mas para a pura realidade da vida, com seus encontros e desencontros, ventos favoráveis e contrários. O “caminho sobremodo excelente” é o caminho da vida, e o caminho da vida tem uma passagem obrigatória, o amor.
Trilhar o caminho proposto por Jesus, também implica em buscarmos a justiça e a verdade (v. 6). Esse parece ser um caminho até certo ponto natural àqueles que andando no evangelho vão se tornando menos centrados em si mesmos, e como consequência, mais parecidos com o Mestre.
No “caminho sobremodo excelente”, justiça e verdade são aspectos fundamentais para um viver sensato e maduro. Pensar em amor sem estes dois elementos é um romancear. É dissolvê-lo do seu real significado bíblico, pois o Deus que é amor, sempre será justo e verdadeiro.
Devemos considerar as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt 5.6). Em meio a tantas injustiças e mentiras, faz-se necessário que as pessoas do Evangelho de Jesus Cristo sejam reconhecidas muito além de seu carisma, saber ou prática de boas obras. Enquanto não formos expressão visível de justiça e verdade em nossos relacionamentos nesse mundo, estaremos como muito bem escreveu John MacArthur: “Envergonhando o Evangelho.”
Reconheçamos nossa real condição. Todos somos pecadores (ver Rm 3.9-31), e mesmo arrependidos, ainda continuamos pecadores, e como tais será impossível sermos justos e verdadeiros por nossa própria vontade. Naturalmente, sempre seremos inclinados à injustiça e mentira, mas pela ação do Espírito, Deus nos conduz em justiça e verdade. Somente por sua graça e misericórdia poderemos trilhar esse caminho, e amar como somos amados por Ele.
As palavras de Paulo ainda nos fazem considerar que, trilhar o caminho do Evangelho implica em encararmos uma jornada de grandes desafios (v. 7). Para aqueles que buscam facilidades, e um viver sem grandes obstáculos, estas parecem não serem as expressões mais atraentes. Que atração há em “tudo sofrer”, se muitos preferem um suposto “evangelho”, sem cruz e sem sofrimento. Querem amor, mas não o amor que lhes convide ao sofrer. A moda é apelar: “Pare de sofre!” Enquanto o caminho do Evangelho de Jesus Cristo diz: experimente o amor capaz de “tudo sofrer”.
Na caminhada proposta por Jesus, o amor sustenta a fé, e esta sustenta o amor. Quem é amado e ama de verdade, nunca pára de crer. Neste caso a fé não é circunstancial, nem vítima de fatores meramente “positivos”. No “caminho sobremodo excelente” a nossa fé é diariamente desafiada pelas circunstâncias aparentemente contrárias, mas jamais vencida por elas.
Quem é capaz de tudo sofrer sem deixar de crer, torna-se um sério candidato a “tudo esperar”. Manter firme a esperança é um dos maiores desafios da caminhada cristã (ver Rm 5.3, 4). A esperança se mantém viva no coração daqueles que vivem convictos de estarem caminhando por um roteiro inconfundível, que nos conduzirá à glorificação eterna.
O último desafio é “tudo suportar”. No caminho do amor, Jesus suportou todas as aflições, até a morte na cruz (ver Fp 2.5-8). Na verdade, quer queiramos ou não, sempre estaremos sendo suportados, e sendo convidados a suportar. Todavia, não conseguiremos fazê-lo apenas pelo carisma, saber ou prática de boas obras. Tal desafio só será vencido pelo amor.
Que o Deus soberano nos dê graça nessa caminhada diária.
Beijo na testa!
Riva
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Acho que conheço o cara que escreveu este texo... me parece uma pessoa desejosa por andar na trilha do Mestre.
ResponderExcluirQue desafio! Sigamos esse caminho. Vivamos na direção proposta pelo reino de Deus.