Infelizmente, a grande maioria ainda confunde a Igreja com um local físico. Tal herança religiosa tem perdurado ao longo dos anos, a ponto de muitos utilizarem expressões como: “ir à igreja”, “construir a igreja”, “pregar na igreja”; fazendo referencia ao prédio. Na verdade essa é uma idéia muito mais ligada ao modelo de adoração do Antigo Testamento; já que no Novo Testamento o que vemos é a igreja ocupando as casas, no templo que havia em Jerusalém (At 2.47), sinagogas e outros; mas, não encontramos os discípulos afirmando que tais ambientes era a igreja. Para eles, estava muito claro que a igreja era um organismo vivo que pode se reunir em lugares diversos, mas jamais ser confundida com os mesmos (ver Rm 12.3-8; 1 Co 12.12-31).
Não vejo problema algum em a igreja utilizar um prédio ou casa para se reunir, a final, se quisermos estar juntos, deveremos nos encontrar uns com os outros, e isto demandará um local específico. No entanto, o local no qual nos reunimos não é a igreja. A igreja é individualmente cada crente e coletivamente a reunião dos crentes, independentemente do local de reuniões.
Você pode estar dizendo: “Eu sei disso!” Eu até quero acreditar que muitos realmente saibam, mas esse conhecimento não tem se refletido na prática, pois o que vemos é uma obsessão por construir “templos”, alugar grandes e vistosos prédios, e o que é pior, pregar uma vida de fé centrada num local (“templo”). Para muitos, implantar uma igreja, nada mais é do que construir, comprar ou alugar um novo prédio, equipá-lo, colocar uma grande placa na fachada, e marca a inauguração. Isso é tão sério que se o prédio acaba interditado por alguma irregularidade ou dano estrutural, rapidamente surge alguém dizendo: “Fecharam nossa igreja!”
O fato de julgarmos que o espaço físico ocupado pelas reuniões da igreja, é a própria igreja, tem taxado aqueles que podem apenas ter deixado de freqüentar as reuniões em um determinado local formalmente chamado de “templo” (“igreja”), como “desviados”. Tais pessoas podem estar vivendo o Evangelho de maneira profunda, mas, o simples fato de não estarem mais dispostas a viver centradas neste ou naquele local, já é suficiente para serem consideradas como sem igreja.
Isso é lamentável! Se compreendermos que a igreja é um organismo (o corpo de Cristo) estaremos cientes que é impossível alguém que uma vez fora colocado nesse corpo (Igreja), deixá-lo. Um verdadeiro crente pode até não viver sob o sistema desta ou daquela instituição (“igreja”), mas isto jamais significará que o mesmo tenha deixado a Igreja. Quem está na Igreja corpo de Cristo, não depende de uma instituição humana para ingressar ou deixar a mesma. Só não está na Igreja, quem não está em Cristo.
Volto a afirmar que não sou contrário a utilização de prédios, casas, salas, etc. Estou apenas dizendo que não encontramos base no Novo Testamento para afirma que a Igreja é um local (um prédio). O espaço físico é apenas o local no qual a igreja se reúne, mas nunca foi, nem jamais será a Igreja. Na perspectiva do NT, o “templo do Espírito” é individualmente cada pessoa regenerada pela graça divina (ver 1 Co 3.16, 17, 6.19,20; Rm 8.9-16). A verdadeira “casa de Deus” é a vida de cada discípulo de Jesus. Quando nos conscientizamos dessa verdade, e passamos a viver com base na mesma, nos tornamos os “verdadeiros adoradores que o Pai procura” (ver Jo 4.19-24). Pessoas que O adoram independentemente do local onde estejam reunidas.
Sigamos esse nobre desafio! Pense nisso!
Riva
sábado, 27 de novembro de 2010
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